Tô transando bem?

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Maggie - Parte 1: A primeira lição. por Fernando Simão


- Hugh, ande logo. Você não vai me pagar para receber apenas beijos na boca. - Ela enfatizou as duas últimas palavras.

- É possível eu poder ter a chance de me recuperar para mais uma rodada? - Respondi-lhe.


Ela rira com grande intensidade e passara a coxa direita em meu membro, era estranho chamá-lo assim, mas que se dane. Os corpos nus roçavam e transmitiam calor.


- Vou te dar energia - Ela disse com um risinho fino e malicioso, perto de um ronronar leve.


Em seguida ela se ajoelhou em minha frente e caiu de boca. Fazia tempo que eu conhecia Maggie, eu já era cliente VIP fazem uns 3 anos. Saí desse pensamento abrindo os olhos e grunhindo baixo.


- Chega, vamos para o 14ª rodada. - Disse ela, levantado e limpando a boca.


- Feito. - Falei com animação. Joguei-a na cama, me armei com a camisinha vermelha Prudence, sabor morango (só para constar).


- Vem tigrão. - Tigrão é um nome broxante na hora da transa, mas liguei o foda-se e segui. A cena de selvageria seguinte não lhes interessa, mas os acontecimentos seguintes sim. Umas 4 horas depois de gritos, beijos e tudo mais, ela se rendeu.


- Supriu tudo que eu precisava. - Ela tremeu e gemeu com um orgasmo e continuou a falar - Acho que deu.


- Por mim. - Falei, eu já estava cheio dela faz umas 6 horas. Mas transar é bom, assumo.


Dirigi-me ao chuveiro, me lavando por completo e me vestindo em seguida, ainda molhado. Peguei o dinheiro dela na carteira e joguei para a garota loira e de corpo perfeito.


- Até logo, Maggie. – Saí de lá sem ouvir sua resposta. Ela sempre respondia com uma voz sedutora falando um “Até breve, tigrão.” Senti falta da despedida.

No estacionamento daquele motel, meu carro me esperava. Dirigi sonolento pela estrada, Maggie havia me dado uma canseira.
Mesmo assim eu amava aquele cansaço, lembrei de seu corpo suado junto ao meu, sua pele suava e macia, o nosso calor, seus suspiros de desejo. Eu amava possuí-la, ela é a mulher que todo homem como eu deseja: Insaciável, sensual, de atitude e doce.
Não fazia cara de nojo para um oral...
Acho que não devia ter falado essa última frase.

O telefone do carro tocou, ouviu alguém soltar um trago de cigarro e então a voz sensual, lenta e aveludada de Maggie soou:
- Psiu, você pode faltar? – Ela perguntou.
-Mas já estou quase em casa, minha querida. – Falei com pesar.
Ela meio que ronronou e tornou a falar:

- Hugh... – Amo quando ela fala meu nome assim. -... Por favor.
Não consegui resistir.

- Já estou a caminho. – Dei meia-volta e voltei ao motel.

Estacionei o carro no mesmo lugar e fui para o quarto aonde eu já havia a encontrado anteriormente.

Susto.

Foi a palavra que descreveu a cena.

Garrafas quebradas pelo chão, lençóis no bar, a enorme janela de vidro estava quebrada e um pedaço do que parecia ser o vestido escarlate de Maggie estava presa ao resto de vidro da mesma.

Meu coração foi pela boca, será que a fonte de meu desejo havia morrido? Ela se suicidara? O que acontecera afinal?!

Mil perguntas surgiam em minha mente, eu suava frio, a dor em meu peito aumentava. O janelão mostrava a parte de trás do motel, uma enorme mata que agora estava negra por conta da escuridão. Se desse para frente eu de certo tinha visto tal desordem.

Criei coragem para ver se minha Maggie havia se matado. Mas por que ela teria me chamado e se matado em seguida? Isso não fazia sentido.

Fui ao janelão, os cacos de vidro grudavam nas solas de meu sapato, olhei para baixo e não vi nada  no meio da escuridão.

- Mas que merda, Maggie! O que você fez?! – Perguntei ao silêncio, que não respondia, obviamente.

Ouvi três estampidos, um choque pelo corpo e uma dor enorme. Cuspi sangue e coloquei a mão direita nas costas. Em seguida a trouxe para perto de meu rosto e vi o sangue escarlate que a pintava.

- Mas o quê? – Perguntei já quase sem voz e cuspi sangue novamente.

Senti algo me atingir pelas costas, um solado e um bico fino. Fui empurrado do 7º andar do motel para escuridão que me esperava lá em baixo.

As últimas coisas que ouvi antes de iniciar minha queda foram:

- Lição número 1: Nunca confie em mulher que o agrada demais. - A pessoa dona da voz cuspiu um cigarro, que me acertara durante a queda.

Fora algo totalmente desconsertante pois era aquela voz a qual eu adorava, a voz de...

...Maggie.




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